segunda-feira, 20 de maio de 2013

Aos 26...


           

          Há um ano atrás, quando fiz 25, tinha grandes sonhos. Grandes não pelo fato de serem quase impossíveis, mas sim por achar que teria uma vida inteira pra realiza-los e que a vida inteira seria tempo demais pra fazer tudo.  Acabei esquecendo que a vida pode ser longa e curta, depende de cada pessoa.
            Durante esse ano, vivi muitas coisas. Conheci pessoas que ocuparam um lugar tão singular no meu coração que nem eu sabia que ele existia. Em todas depositei minha confiança, umas me mostraram que valeu a pena e outras me arrependo de ter até conhecido.
            Trabalhei mais que todos os outros anos. Queria comprar meu carro e meu apartamento. Fiz planos para a construção de minha casa... Pensei em cada detalhe. Cheguei a me imaginar na varanda no final de tarde, tocando o violão e a brisa a meu rosto tocar.
            Senti ainda mais saudade de minha família. Fui lá mais vezes do que todos os outros sete anos que estou longe deles.
            Conheci um sorriso que jamais vou esquecer. Acho que ele será a última coisa que quero lembrar antes de morrer.
            Me tornei mãe! De três gatos lindos, mas o amor que tenho por eles não difere do que teria se fossem filhos humanos. Eles me tiraram da bolha que era minha casa chamada solidão. O amor dos animais é inexplicavelmente incondicional. Alegria, foi o que eles trouxeram para minha vida.
            Tomei o meu pior porre, dirigi pela primeira vez, fumei meu primeiro cigarro... Superei alguns traumas, também vivi coisas que jamais tinha imaginado e não me arrependo de nenhuma delas.
            No meu 1/4 de século achava que a vida estava apenas começando.
            ...
            Hoje, aos 26, começo conseguindo enxergar a relatividade da palavra começo.
            Dizem que quando somos jovens nossa vida está apenas começando. Bem, nem sempre isso é verdade. Até aqui, vivi como se cada dia fosse mais um dos muitos que ainda ia viver. Agora, sinto que estou em um novo começo, mas que para chegar no caminho final, tenho bem menos tempo do que imaginava.
            Aos 26, comecei a eliminar tudo que não me fazia bem. Quando temos pouco tempo, as melhores coisas são aquelas que nos trazem felicidade. Vou tentar pensar assim sempre.
            A vida as vezes me assustou, me levou por caminhos inesperado e me fez aos 26 estar aqui, onde eu estou hoje, sem saber ao certo o motivo de muitas coisas que aconteceram. Mas o importante, é que esses motivos ocultos foram os que mais me permitiram aprender. Aprendi a aprender com a vida e com as situações!
            Talvez um ano seja muito pouco tempo, mas aos 26... quero escrever um livro, ver o sol nascer na praia, andar de skate transcendendo a brisa do mar, viajar pelo Brasil, rever alguns amigos, tocar violão olhando a lua, viver um grande amor e tantas outras coisas que dão sentido ao que se tornou minha vida.
            Hoje pode até ser meu último aniversário, mas espero ainda ter tempo de viver  tudo que desejo AOS 26...

Rita Brito
19/05/2013

terça-feira, 14 de maio de 2013

PERDÃO


    Perdoar não é apenas ter benevolência, é voltar a esperar.
    É deixar de lado todas as mágoas quando se ganha um sorriso.
    É achar que aquele dia é o primeiro, que aquela oportunidade é única e que tudo está começando de novo.
    Perdoar é achar que nunca vai esquecer o sofrimento, mas acabar nunca lembrando quando quer se defender.
    É jurar nunca mais dizer EU TE AMO por falta de merecimento, mas falar sempre sem perceber quando está perdido naqueles braços.
    É chorar de raiva ao lembrar, sentir saudade e lutar contra a própria vontade, mas desistir de tudo isso com um simples toque no braço.
    É esperar de novo uma ligação mesmo sabendo que ela pode demorar como as outras vezes, duas ou três semanas.
    É só lembrar: das brigas a parte da reconciliação, das noites, os beijos e carinhos, dos dias, as vezes que ficava perto.
    É mesmo depois de tanto sofrimento, rezar pela felicidade do outro.
    É tirar da tristeza um sorriso, das lágrimas um olhar de amor e do amor força para transformar tudo aquilo em saudade.
    Se você ainda não sabe perdoar, é porque ainda não amou alguém. Só o amor nos faz aprender certas coisas e perdoar é talvez a mais singular de todas elas. 


Rita Brito
07/05/2013