Então um dia... As coisas
simplesmente acontecem!
Quando resolvi criar um gato
novamente, lembrava de todas as peripécias, das bolas de pêlos, da utilização do sofá como arranhador e etc...
Há quase um ano fui
arrebatada por uma paixão, amor a
primeira vista mesmo e quando dei por mim, estava sentada no chão da sala com
Cândida escondida embaixo do sofá e Caio dormindo atrás do aparelho de DVD na
estante. Quando os adotei me disseram que eles eram especiais, só que não fazia
ideia do quanto isso verdade. A deficiência visual deles não os deixaram só
especiais, os tornaram únicos, principalmente para mim.
Caio é aquele que recebe as
visitas.
É o gato mais carente que já conheci, não pode ver ninguém que já pede
um carinho. Costumo dizer que ele tem espírito de cachorro, quando chegou latia
e não deixa uma sandália inteira. Mas basta me ver chorando que deita no meu
colo e só para de me olhar quando eu paro de chorar. É também o companheiro das
meninas, dá amor e carinho sempre que uma delas chega perto dele.
Já Cândida é meu "rabo".
A continuação de mim. Faz tudo que eu faço e só fica onde eu estou. É a que
mais apronta e também a mais carinhosa. Ela conquistou meu amor de uma forma
especial. Não achava possível um gato fazer tudo que ela faz e muito menos achava
que fosse amar tanto como a amo.
Depois da chegada dos dois Sofia
nunca mais foi a mesma. Ela até hoje não aprendeu a dividir o espaço, a cama e
principalmente a mãe. Só consegue se entender com Caio. Por causa disso ela
sempre fica distante, só quer carinho quando está sozinha comigo. Mas apesar do
todo o ciúme, no fundo acho que ela entende que mãe tem amor suficiente para os
três.
Já me falaram que eles
tiveram sorte por terem sido adotados, só que quem teve sorte de verdade fui
eu. Eles me tiraram da bolha que era minha casa chamada solidão. O amor e o
carinho são mútuos, mas confesso que eu preciso deles mais do que eles de mim.
No ano passado descobri que
tinha um câncer e durante os piores dias do tratamento Cândida não saiu do meu
lado, seu carinho me deram forças para não desistir.
Os meninos mudaram minha
vida e hoje ela não tem mais sentido sem eles.
Podem me dizer que eles são
apenas gatos, mas eu sempre vou dizer que eles não são só gatos, eles são MEUS
FILHOS.
Rita Brito
01/02/2014