quinta-feira, 18 de abril de 2013

MEDO


Sinto medo.
De não mais amar, não mais sentir, não ouvir, não viver... De morrer!
Parei de olhar para o lado e esperar que algo ou alguém viesse de lá.
Parei porque já não tenho mais lado para olhar.
Parei porque já não tenho paciência nem tempo de esperar.
Me desculpe! O tempo hoje corre ao meu lado.
A vida passou e eu nem senti.
Tentei viver e não vivi.
Não quis morrer, mas morri.
Estudei, trabalhei, me casei e em nada me realizei.
Algumas noites talvez me fizeram feliz, o restante não.
Os dias eram muito frios, sempre preferi a madrugada.
Lembro das conversas, dos olhares, dos suspiros e dos sorrisos.
Lembro da janela contando histórias e a lua sorrindo, pois sabia que tudo aquilo era mentira.
O violão querendo falar... As notas sem existir...
Lembro dos anjos, dos bons e dos ruins e também dos querubins
Tudo dentro de uma bolha, como uma bola de sabão: Frágil!
Me quebrei muitas vezes, me joguei de prédios de 20 andares.
Mas o fim só chegou quando tinha que chegar.
Hoje ou amanhã?
Ainda não sei.
Durante esses anos fui...
... Criança que gostou de andar de bicicleta e nunca caiu
... Menina que sonhou viver um contos de fadas
... Mulher que se profissionalizou, amadureceu e se decepcionou
Tentei sempre dar a todos o melhor de mim e não desisti quando o jogaram fora.
Tentei ser santa e fui diaba
Como seria o final de um conto que nunca foi de fadas?
E viveram tristes para sempre?
Dizem que o amor tudo cura... Cura as feridas do coração, mas nunca as feridas da alma.
Muitos esperam novos começos, eu, porém, espero apenas o primeiro, único e novo fim.
Parei de esperar o mundo mudar, mas só quando parei de viver nele!



Rita Brito
07/04/2013

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