Sinto medo.
De não mais amar, não mais sentir,
não ouvir, não viver... De morrer!
Parei de olhar para o lado e esperar
que algo ou alguém viesse de lá.
Parei porque já não tenho mais lado
para olhar.
Parei porque já não tenho paciência
nem tempo de esperar.
Me
desculpe! O tempo hoje corre ao meu lado.
A vida passou e eu nem senti.
Tentei viver e não vivi.
Não quis morrer, mas morri.
Estudei, trabalhei, me casei e em
nada me realizei.
Algumas noites talvez me fizeram
feliz, o restante não.
Os dias eram muito frios, sempre
preferi a madrugada.
Lembro das conversas, dos olhares,
dos suspiros e dos sorrisos.
Lembro da janela contando histórias
e a lua sorrindo, pois sabia que tudo aquilo era mentira.
O violão querendo falar... As notas
sem existir...
Lembro dos anjos, dos bons e dos
ruins e também dos querubins
Tudo
dentro de uma bolha, como uma bola de sabão: Frágil!
Me
quebrei muitas vezes, me joguei de prédios de 20 andares.
Mas
o fim só chegou quando tinha que chegar.
Hoje
ou amanhã?
Ainda
não sei.
Durante
esses anos fui...
...
Criança que gostou de andar de bicicleta e nunca caiu
...
Menina que sonhou viver um contos de fadas
...
Mulher que se profissionalizou, amadureceu e se decepcionou
Tentei
sempre dar a todos o melhor de mim e não desisti quando o jogaram fora.
Tentei
ser santa e fui diaba
Como
seria o final de um conto que nunca foi de fadas?
E
viveram tristes para sempre?
Dizem que o amor tudo cura... Cura
as feridas do coração, mas nunca as feridas da alma.
Muitos esperam novos começos, eu, porém,
espero apenas o primeiro, único e novo fim.
Parei de esperar o mundo mudar, mas
só quando parei de viver nele!
Rita Brito
07/04/2013
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