Quis
construir um castelo, imaginei toda decoração... Queria algo que durasse, nem
precisava ser para sempre, só até essa vida acabar.
Cuidei
de tudo menos de uma coisa.
Foi
quando veio a chuva e na primeira tempestade as pilastras ruíram e os ventos
vindos do sul o fizeram tremer.
Me
perguntei o que fazer? Nem tudo foi destruído, mas tudo foi abalado. Será que
uma reforma resolveria? Certamente não! Uma construção tem que ser sólida do
alicerce. Mas mesmo assim resolvi tentar. Fui arrumando cada quarto, cada
corredor, mas tudo parecia tão difícil. Quando acabava um cômodo parecia que
mais dois ficavam bagunçados.
Algum
tempo se passou e eu ainda tentava reconstruir.
Um
dia, cansada, sentei no jardim e olhei tudo a minha volta. Vi o Rei sentado
também, descansando, mas não da reconstrução. Lembrei que ele jamais havia me
ajudado. Pensei: como pode um Rei não querer ver seu castelo de pé? Aquilo me
entristeceu por muitos dias. Tantas vezes quis desistir, mas algo me fazia
acreditar que tudo ainda podia dar certo, que aquele sonho ainda poderia ser
vivido.
Meses
se passaram e nada ainda estava de pé. Foi quando minha última faísca de
esperança apagou.
Decidi
ir embora! Desistir e deixar tudo aquilo ruir definitivamente.
Decidi
pensar em mim, recomeçar em outro lugar e talvez começar a construção de um
novo castelo. Dessa vez, posso até ainda não saber o que fazer, mas sei bem o
que não devo fazer e manter o antigo Rei longe é a principal delas.
Rita Brito
18/06/2013
Vida longa a rainha \o/
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