segunda-feira, 23 de julho de 2012

Penhasco

Passo o dia a me perguntar, como não ter medo de amar? Não ter medo de sentir...
Sinto, pois, algo que jamais imaginei existir. E agora? Devo fugir?
Fugir de sonhar sem ao menos ter que fechar os olhos? Fugir de sair do mundo toda vez que os lábios se tocam? Não tentar viver a plenitude do carinho? Devo correr para longe de alguém que ao tocar minha pele faz o coração palpitar, as mãos suarem e os olhos se fecharem? Devo? Ou devo ficar? Tremer mais e abrir os olhos sem medo de tudo isso ser um sonho?
Tantos anos na espera inconsciente de algo, alguém, palavras, gestos...
Acordo e acho que o mundo talvez esteja me pregando uma peça... Pois se isso for, não existe quebra-cabeça que ela se encaixe como não existe explicação para um simples dia, ao por do sol, no primeiro lugar duas vidas se encontrarem.
Se existe explicação, ainda não a encontrei, talvez por não a procurar, talvez por simplesmente querer apenas viver...
Cada bom dia vindo desse alguém faz meu dia brilhar mais que o mais claro raio de sol da primeira manhã de primavera.
Cada abraço me tira as pernas e o cheiro me segura para que eu não caia pela falta do chão.
Penhasco? Escolhe algo mais alto. Meu medo de altura trazido da infância não será capaz de me fazer desistir se estiveres segurando minha mão. 
O que espero/quero de você? Não é nada complexo. É apenas você. E o quero de uma forma que não se pode explicar aos normais.
Se fico contigo essa noite? Digo-vos que não. Não essa noite, não apenas essa noite. Mas todas as noites que a vida nos permitir.
Medo? Tenho muitos. Mas vou me conter, para que nenhum deles me faça ir para longe de você.
Afinal de contas, ainda quero viver todas as sensações que os 15 nos proporciona mesmo já tendo chegado aos 25.


 
11/07/2012
“RB

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